Quando nasce um bebê, nasce também uma mãe. Mas, ao contrário do que muitas acreditam, a maternidade não é algo que se “nasce sabendo” e nem tudo é tão maravilhoso quanto parece nos comerciais de TV.

Ainda que o sonho de ser mãe tenha vindo acompanhado de um planejamento para engravidar, a própria gestação vem acompanhada de medos, dúvidas, angústias, sem falar nas inúmeras histórias que você ouve sobre noites mal dormidas, custo com fraldas e outras coisas. O fato é que só se sabe como ser mãe, vivenciando essa experiência na prática. E este é o momento em que você percebe que há tanta coisa “que ninguém conta”, mas que tornam o dia a dia com seu filho, algo único, singular!

Ninguém conta que é comum sentir-se despreparada, que nem sempre você vai identificar o motivo pelo qual o bebê está chorando, afinal, eles não vêm com manual de instruções. Ninguém te diz que é normal sentir-se “estranha” dentro do próprio corpo e que amamentar pode não ser tão fácil como parece. E ninguém te fala que é comum sentir uma mistura de sentimentos (raiva, tristeza, medo e muito amor).

Ainda que você tenha lido inúmeros livros e artigos sobre a maternidade, você não terá respostas para todas as suas perguntas (quando elas vierem) e tudo bem… porque você vai descobrir a sua forma de ser mãe.

A grande questão parece estar associada ao fato de, ainda hoje, romantizarmos a maternidade, principalmente quando comparadas às vidas maternas de figuras públicas. Chega a ser injusto com as “mães reais” que demoram muito mais tempo para voltarem ao peso normal e terem uma aparência digna de capa de revista.

O fato é que, ainda assim, a maternidade é algo incrível. A possibilidade de você gerar uma pessoa e ter a sensação de segurar seu coração nos braços faz com que toda a dificuldade valha à pena. Haverá dias em que sentirá uma conexão incrível com seu bebê, identificando exatamente suas necessidades. Mas também terão dias em que você não fará a mínima ideia do que fazer para que ele se sinta melhor. E tudo bem… você também é humana e não adquiriu “superpoderes” com a maternidade.

A verdade é que ao se tornar mãe você deverá se adaptar a uma nova vida. Passará a ter diversas responsabilidades, especialmente cuidar de alguém tão indefeso. E isso, algumas vezes, parece assustador. A verdade é que mesmo tentando fazer tudo certo, algumas coisas parecem simplesmente não funcionar com você. Ainda que você já tenha vivenciado a maternidade outras vezes, perceberá que cada gravidez é única e cada criança terá seu jeito.

Outra coisa que ninguém conta, e muitas mães podem nem notar, é que após o nascimento de seus filhos, descobrem habilidades inimagináveis. A cada fase, você entra em contato com uma nova dificuldade e com uma nova descoberta. Continuará vivenciando momentos de intensa felicidade e períodos de muita preocupação. E quer saber? Você não trocaria isso por nada!

Algumas mulheres podem optar por se dedicar à carreira ou à vida acadêmica, podem ter o foco voltado a juntar uma grande quantia de dinheiro… e talvez, nunca saberão o quão especial é ter um filho nos braços, ver aquela boca banguela sorrindo e depois dizendo as primeiras letras, não saberão a sensação de ver seu filho dando os primeiros passos ou escrevendo as primeiras frases, vê-lo crescendo e ganhando o mundo.

Você pode ter inúmeros defeitos, diversas dificuldades e centenas de dúvidas acerca de educar uma criança. E você não precisa ser perfeita, ninguém é! Apenas dê o seu melhor e seja uma “mãe suficiente”, seja real e verdadeira e tente fazer seu melhor a cada dia. E quando digo “fazer seu melhor” não estou sugerindo que busque a perfeição, até porque você acabará sofrendo muito mais do que deveria por suas expectativas não serem atendidas.

A maternidade/paternidade é um dos papéis mais difíceis que um adulto pode exercer. Mas também é um dos papéis que mais engrandece e amadurece uma pessoa. Seu mundo jamais será o mesmo e seus planos não mais serão apenas seus. Em meio a lágrimas, risos e muito aprendizado, você descobrirá que é possível tentar de novo, e mais uma vez, e de outra forma… e a cada tentativa e erro, se tornará uma mãe suficiente. Uma mãe que atende às necessidades de seu filho, mas que também atende às suas necessidades. Ser suficiente é encontrar um equilíbrio para não proteger os pequenos demais ou de menos. É entrar em contato com a sua infância e descobrir maneiras de não repetir certas atitudes que percebemos não serem tão adequadas.

Durante as diferentes fases da maternidade, você pode precisar de ajuda profissional para entender o que sente e como lidar com toda essa mudança de forma mais leve. Pode necessitar de ajuda para melhor entender seu filho e ajudá-lo a se desenvolver de maneira saudável. Esse também é um dos papéis de mãe.

Se você quer saber mais sobre o assunto ou tem alguma dúvida, pode escrever para simone@clinicadafamiliapsi.com.br