Apesar de não ser uma “invenção dos tempos modernos”, o bullying tem recebido muita atenção da mídia e profissionais que atuam com crianças devido à proporção que tomou e às graves consequências, que se tornaram mais evidente nos dias atuais.
Pesquisas revelam que cerca de 70% dos alunos brasileiros já sofreu bullying e quase a metade não recebeu ajuda por sofrer em silêncio. Diante disso, é importante que pais e educadores estejam em alerta para os sintomas, sabendo identificá-los para conseguir ajudar os pequenos a lidarem com isso.
O bullying é caracterizado por comportamentos agressivos e intencionais, repetidos com frequência entre crianças da mesma idade e/ou idade semelhante. A forma mais comum aparece como apelidos e xingamentos, geralmente relacionados a características físicas ou por falta de habilidades encontradas na maioria das crianças do grupo.
Ao contrário do que se pensa, o bullying também ocorre entre crianças pequenas (a partir dos 3 anos), idade em que começam a se socializar e com isso, notar diferenças entre cada ser humano. Nessa idade, é comum que as brigas estejam relacionadas às disputas por atenção ou território e também aparecem relacionadas às tarefas que crianças da mesma idade conseguem realizar e ele não, como por exemplo, “segurar o xixi”. Conforme eles crescem e tomam maior consciência dos sentimentos alheios, as brigas tomam proporções maiores, aparecendo relacionadas principalmente para ganhar destaque e obter reconhecimento do grupo. Em crianças maiores e adolescentes, é comum, além dos apelidos, surgirem agressões físicas e boatos maldosos.
É importante citar que a primeira infância (até os 6 anos de idade) é a fase ideal para ensinar as crianças como resolver conflitos sem o uso da violência. Durante essa fase, a personalidade e o caráter são formados, juntamente com as noções de respeito e cooperação. Dessa forma, é imprescindível que o exemplo seja dado no ambiente em que vivem.
Cabe à escola criar um ambiente saudável e seguro, possibilitando que as crianças aprendam com seus erros, recebam apoio e possam contar com a ajuda dos educadores sempre que necessário. Em casa é importante que, além do ambiente seguro e acolhedor, possam ser ouvidos e orientados.
Identificar os casos de bullying é essencial, evitando danos psicológicos ou consequências mais graves. Portanto, pais e professores devem ficar atentos aos sinais como: dificuldade de atenção, queda no rendimento escolar, falta de vontade em ir à escola ou pedidos de mudança de turma ou escola, dores de cabeça e de estômago, suor frio etc.
É importante que os adultos não banalizem o problema e, além de ouvir os pequenos, possam valorizar suas qualidades, demonstrando que eles não são culpados pelas agressões que sofrem. Evitar críticas, comparações e, principalmente, não minimizar o problema. Além disso, os pais devem relatar o bullying a um responsável na escola para que sejam tomadas providências contra os agressores.
Com a popularização das redes sociais, os casos de bullying ganharam maior proporção e também aparecem através de mensagens agressivas, com o intuito de desmoralizar o aluno discriminado.
Precisamos, porém, ir além das inter- relações escolares: é preciso atenção para notar se o comportamento não é engatilhado por outros acontecimentos na vida pessoal das crianças, tais como: cobranças e expectativa muito altas dos adultos, falta de limites e/ou mimos em excesso, problemas de desenvolvimento cognitivo ou emocional, dificuldades de relacionamento ou experiências traumáticas. Desses, decorrem outros problemas e não são caracterizados como bullying.
Quanto mais cedo forem identificados os sinais de bullying e tomado providências, melhor será o prognóstico. Permitir que o problema se instale, pode prejudicar o desenvolvimento da criança e associar a outros problemas mais difíceis de serem tratados. Há casos em que poucas sessões de terapia são suficientes; para os casos mais crônicos, pode ser necessária a ajuda de outros profissionais e até mesmo entrar com medicação para controle dos sintomas.
Bullying é coisa séria e pode causar danos irreversíveis. Na maioria dos casos, as vítimas sentem dor, medo, angústia, a tal ponto que além da perda de interesse pela escola, podem sofrer depressão, ter envolvimento com drogas e, nos casos mais graves, pode levá-los a cometer suicídio.
Saiba mais sobre Bullying através do link: http://bit.ly/WebinarBullying
Para maiores informações sobre o comportamento infantil, entre em contato com a psicóloga Simone Ottoni – CRP 06/119232 – Whatsapp (11) 95756-7194