É normal uma criança pequena sentir medo, até porque essa é uma emoção natural que nos ajuda a lidar com novas experiências e nos proteger dos perigos. Tanto que os contos de fadas e filmes como “Monstros S.A” podem ajudar a criança a superar o medo, vendo como os heróis e heroínas lidam com o perigo.
Importante: os medos podem apresentar variações de idade, considerando o contexto e vivências da criança. Importante avaliar o grau de intensidade que o medo tem na vida da criança. O melhor que você pode fazer para ajuda-la é acolher sua angústia e acalma-la. Para ajudar nessa tarefa, segue abaixo algumas indicações.

Os medos mais comuns:
0-6 meses: perda do contato físico com a mãe; ruídos intensos; luzes fortes
7-12 meses: pessoas estranhas; situações estranhas; separação; altura
2-3 anos: animais e pessoas fantasiadas ou com máscaras
3-6 anos: escuro; tempestades; monstros e fantasmas; perda dos entes queridos; dormir sozinho; chuva e trovão; medo de se perder
6-10 anos: medo de ser deixado na escola; bandidos; personagens de filme de terror; preocupação com a escola; doenças; medo da própria morte ou a dos pais
10-12 anos: preocupações com amizades e as relações
+13 anos: preocupações com as relações de sexo oposto; independência; planos de vida e futuro

Não subestime os medos das crianças
Mesmo que pareça bobo ou irracional, o medo que a criança sente é sério e bem real. Rir dos temores que a criança expressa, abala sua confiança e não ajuda a diminuir o medo. Ideal é mostrar a ela que você entende como é ter medo de algo e, aos poucos, conseguirá lidar com isso. Depois de acalmá-la, você pode tentar minimizar o temor mostrando livrinhos ou conversando sobre seu medo.

Não force, mas ajude a criança a enfrentar o medo gradualmente
Uma forma de enfrentar o medo de monstros é materializa-lo num desenho. Assim, a criança tem a possibilidade de passar para o papel sua angústia e falar sobre seu temor. Converse com seu filho sobre o medo, sem dizer que é bobeira… ajude-o a pensar numa maneira de lidar com esse medo. Não obrigue seu filho a passar por situações que ele tenha medo; ele tem o direito de acostumar-se aos poucos com o que teme.

Dê uma explicação racional para o medo
Explicar de forma simples e racional sobre o que está acontecendo pode ajudar a criança assustada a superar o medo.
Para algumas crianças, uma demonstração pode ajudar. Por exemplo, se ela acredita que pode ser sugada pelo ralo do banheiro, você pode explicar que água e bolhas de sabão descem pelo ralo, mas crianças e patinhos de borracha não.

Crie algo para combater o medo
Objetos de estimação (bichinho de pelúcia, fraldinha, amuleto etc.) podem ajudar a criança a enfrentar situações que a assusta. Ela provavelmente levará o objeto para todo lugar, até que encontre outras formas para se acalmar.
Borrife o quarto com spray anti-monstro (use um borrifador com água, acrescente alguma essência aromática e gliter ou lantejoulas) ou pronuncie “frases mágicas” para afastar os visitantes indesejados. Desta forma, a criança se sentirá protegida na hora de dormir.
Outro recurso é nomear um bichinho de pelúcia que ele goste para ser seu “guarda”. Para combater o medo do escuro, coloque um abajur ou deixe uma luzinha iluminando o quarto.
A Estéfi Machado ensina a fazer o spray em seu blog: http://www.estefimachado.com.br/2014/03/seu-filho-tem-medo-de-que-spray-anti.html

Reduza o medo, contando uma história engraçada sobre o monstro
Uma excelente alternativa para ajudar a criança a lidar com o medo é contar histórias engraçadas em que o personagem enfrenta o medo e sobrevive. Você pode inventar a historinha ou procurar por livrinhos que falem sobre isso.

Atenção aos medos
Fique de olho ao que seu filho está assistindo, pois ainda que seja um programa inofensivo pode deixa-lo assustado. Assim, é melhor mudar de canal ou sugerir outra atividade.
Atente-se a intensidade e frequência do medo, pois a criança pode desenvolver um problema de ansiedade ou sofrer algum tipo de fobia. Para essas situações, será importante buscar ajuda profissional, evitando que o medo interfira nas atividades normais.